Pra não dizer que não falei de dores
*Todos direitos reservado ao autor. Caia verso choroso, caia Como um velho sorriso De um velho esquecido Caia do agouro da ave noturna E rasgue a rima de um poema perdido Caia desesperadamente, caia Do grito inútil Alojado no pulmão inválido Caia e tropece em saias Céus úmidos Palavras jogadas Rolando em areias Caia da mão podre do poeta Que fere a colcha da cama Com sua pena-navalha Saia do poema louco, rouco, pouco Que de tão fraco Já nasce morto Caia verso maldito, caia Com ódio amado Armado de fim, mas Caia sem fim... JOSÉ SOARES NETO